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Artes Marciais e a Ditadura brasileira: as Histórias se cruzaram?

Artes Marciais e a Ditadura brasileira: as Histórias se cruzaram?

Faz sentido a tese (ANEXA) do Prof. Felipe Eduardo Ferreira Marta, apontando as intensas mudanças gráficas no herói, Judoka, da revista de mesmo nome, que a EBAL publicou a partir de 1968 e, de repente, passou a usar as cores do Brasil em seu uniforme. A tese está disponível em: http://www4.uninove.br/ojs/index.php/dialogia/article/viewFile/951/1108u

Além da argumentação, apresenta boas imagens da mudança. Li todos exemplares da revista Judoka, e assisti ao filme. Cedo, tornei-me leitor compulsivo. Eu lia todos os gibis rapidamente, e depois, distraia-me com o dicionário ilustrado até virem novos.... Lia todos gibis, e ia todo dia na banca. O João, da banca de revistas da esquina, fechava-a durante horas, toda vez precisava levar as revistas antigas e trazer novas da Distribuidora, no Centro da cidade, em horário comercial. Quando meu pai faleceu, perdemos qualidade de vida, e não havia mais dinheiro para comprar os gibis. João percebeu que eu ia lá, olhava as revistas, e sofria, e me propôs um trato: A banca de revista ficava aberta, enquanto ele ia até o centro, e eu cuidava. Em troca, eu podia ler todos os gibis.  Ele fazia isto uma vez por semana e, como eu fui digno da confiança que ele me depositou, ele passou a fazer isto mais frequentemente. Mais tarde, assisti ao filme Judoka, com Pedrinho Aguinara (perdoem, plis, escrevi o nome do ator/judoka pela memória auditiva), e fiquei impactado com as cores do Brasil no Jodogi do herói.

Antes de surgir a Revista Judoka, eu já havia lido tudo que encontrava a respeito de artes marciais, que me fascinavam. Talvez o falecimento de meu pai quando eu era ainda muito jovem tenha, de positivo, contribuído para que idealizasse um samurai ideal - só com os aspectos positivos, honra, dedicação. Depois de adulto, inclusive visitando o oriente, descobri que os samurais eram pessoas de palavra, cumpriam o que diziam e. contudo, eram humanos e apresetnavam aspectos negativos os quais, felizmente, jamais serviram-me de modelo.

O Judô é uma modalidade recente, criada por Jogoro Kano para fomentar esporte com base filosófica. Teve desenvoltura no mundo ocidental porque, em 1964, os Japoneses encartaram-no nos Jogos Olímpicos de Tóquio, passando a currículo obrigatório na Educação Física. Sendo arte moderna, não podemos ter certeza de sua efetividade em combate real, especialmente em face de outras artes.

As artes marciais são múltiplas, nasceram com a civilização, e desenvolvem-se a partir da agricultura quando os humanos passam a viver aglomerados, e concentrar riquezas:

www.padilla.adv.br/mistico/ciencia

Mantiveram uma característica de seita, na qual o conhecimento era apenas entre os "iniciados", passado apenas ao discípulo escolhido pelo mestre, e isto levou a sua ramificação em centenas de tipos, que por sua vez dividiram-se em milhares de escolas ou estilos de luta. Tal e qual o Jogos Olímpicos que formavam os guerreiros gregos: www.padilla.adv.br/desportivo/aneis

As artes marciais preparam o cidadão à guerra, e foram experimentadas em combate. Testadas em combate real, no qual só os mais aptos sobreviviam, evoluiram naturalmente ao longo de milhares de anos.

No final da II Grande Guerra, espalham-se pelo ocidente imigrantes. Alguns, conheciam algo de artes marciais e – enquanto não havia algo melhor a fazer no estrangeiro, passaram a ensinar, para ganhar a vida e prestígio.

O karate desenvolveu-se no Brasil, de norte a sul, praticamente sem apoio oficial. Em 1985, tornou-se modalidade reconhecida pelo COI e praticada em todos os Jogos continentais. Nos Jogos Panamericanos, é um dos esportes onde o Brasil sempre é medalhista, frise-se, com pífio ou nenhum apoio oficial.

Aliás, o Governo Militar acabou com os Jogos Universitários, logo após Porto Alegre realizar a Universíade de 1963 que foi o MAIOR EVENTO DESPORTIVO AO SUL DO EQUADOR até os Jogos Olímpicos de Sidney no ano 2000:

www.padilla.adv.br/desportivo/crd

E com a devolução do poder aos políticos, o esporte amador foi sepultado.

O Karate não entrou nos Jogos Olímpicos porque, quando vencida a barreira política criada pela diversidade de escolas em que se ramificou essa arte marcial, havia superlotação nos Jogos, e a ordem do COI era limitar em 10 mil o total de atletas nos Jogos.

O Tae Kwon Do foi desenvolvido a partir do Karate, em 1958, e a Coréia investiu em treinar 2 mil professores para sua difusão pelo Mundo, no final dos anos setenta estava organizado em todos países e era natural sua inclusão nos Jogos Olímpicos de Seul.

A china quis fazer o mesmo. Ao tempo de Mao, convocou algo como uns 2 mil principais mestres de Wunshu e determinou que criassem uma unicidade, originando dois Katis do moderno Taiji Kuan, a partir do que seria um aperfeiçoamento do Tai Chi Chuan.

O Karate desenvolveu-se em Okinawa, mais próxima da China que do restante do Japão, a partir de técnicas do Wushu trazidas pelos pescadores que, nas tempestades, perdiam-se, caiam na corrente, e iam parar no mar da China, onde terminavam ficando muito tempo, até terem coragem ou meios de voltar. O Wushu espalhou-se pela China a partir do Templo Chaolin, numa região erma, e que era constantemente saqueado. Passando por lá o Monge Bodidharma, ficou apenado da pobreza em que viviam, e ensinou-lhes o que aprendera na índia, de uma ou mais versões do Kalarapaiti, ainda hoje praticado em duas modalidades distintas no país de Gandhi. À índia, as Artes Marciais teriam chegado de imigrantes da Mesopotâmia, onde teria se desenvolvido ante a necessidade de proteção dos membros da riqueza. A acumulação de riqueza – gerando a cobiça, criou a necessidade de guarda pessoal, e a especialização levou ao desenvolvimento das artes marciais, das quais há registros arqueológicos da existência de artes marciais no antigo Iraque. Registros arqueológicos a China, remontam a 28 mil anos atrás a primeira competição, de arco e flecha. Assim, as artes marciais remontam milhares de anos.

 

Recomendamos a leitura do caminho do Guerreiro - livro de Howard Reid e Michael Croucher em 2003 lançado em Português pela editora Cultrix.

 

Nascido das pesquisas empreendidas para filmagem de uma série de 8 documentários para a BBC britânica sobre grandes mestres da Índia,   da China,  do Japão e das Filipinas descortinando o fascinante panorama das artes marciais em diversas modalidades: Aikido, Bojutsu, Eskrima, Hsing-I, Kalaripayit, Kendo, Kung-Fu, Marma Adi, Naguinata-Dô, Pa-Kua, Shorinji Kempo, T'ai-Chi

Ilustrado em todos capítulos, é livro essencial para os entusiastas das artes marciais, ou para quem apenas fascina e intriga o paradoxo implícito na idéia de que a pratica de uma habilidade mortal auxilia a alcançar a iluminação espiritual - ou seja:

Um caminho de preparação para a luta que propicia a paz interior.

 

 

 

Vamos trocar idéias a respeito.

 

O DESPORTO cresce, ainda mais, em importância, com a decisão dos Jogos Olímpicos, de 2016, no RJ, dois anos após a Copa do Mundo, no Brasil.

 

O Brasil tornar-se-á o país do esporte !

 

Tomei a liberdade de incluir esse tópico na disciplina de Direito Desportivo - criada no Currículo dos

Cursos de Bacharelado em Direito, na

UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do SUL, em Projeto de 1995 do

Professor LUiZ R. N. PADilla

 

Internacionalmente reconhecido como o PRIMEIRO dos

Centros de Estudo com a disciplina em funcionamento, em todo mundo, na língua Portuguesa:   http://www.estig.ipbeja.pt/~ac_direito/ddesportodisciplinas.html

 

 

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Atenciosamente

 

Prof. PADilla

Faculdade de Direito

UFRGS

 

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