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Pensar em prova da existência de espíritos a partir da reportagem da SUPERINTERESSANTE " Deus existe? "

Prezado Álvaro:
 
Costumo examinar atentamente teus argumentos e este,  sobre
a perda de memória e o mal funcionamento cerebral serem a prova da não existência do espírito,
elevou-me a uma nova percepção:
 
Minha TV,  velhinha,  nada mais acessava das imagens e sons, que tanto apreciara!
 
Chamei o especialista, que disse não ter conserto:
     - Joga fora essa TV e compra uma nova.
 
Insisti, arrumar aquela, porque continha o que eu gostava.
 
Acreditas que ele jurou que tudo que eu gostava
não estava em meu aparelho TV!
 
Pior:
Disse que a TV seria mero
instrumento de comunicação,
pelo qual uma ENERGIA
em sintonia
expressava-se.
 
Agora - após o argumento de que
a perda de memória e o mal funcionamento cerebral serem a prova da não existência do espírito
percebi que aquele técnico me enganou!
 
                         Será que recebe comissão das vendas de TVs novas, carrésimas?
 
PS:
Perco um amigo virtual,
só que uma piada
prontíssima dessas...
 
 
Falemos sério:
 
.•´¸.•*´¨) ¸.•*¨)
(¸.•´ (¸.•` **
 
 
Todos falam da Copa...
 
Copa do Mundo?
 
Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai
  disputam, sexta e sábado,
      as vagas para as semifinais.
 
A imprensa fala da possível semifinal "sulamericana"
   esqueceram que são os 4 países criadores do Mercosul ?
 
Logo, estamos na iminência de uma inédita
Copa do Mercosul disputada na Africa...
 
 
               " Para realizar grandes sonhos
                    Precisamos GRANDES sonhos... "
.•´¸.•*´¨) ¸.•*¨)
(¸.•´ (¸.•` **
 

A descontextualização é muito poderosa ao induzir conclusões falsas: "Deus não joga dados"  é citação comumente mencionada para "provar" que Einstein acreditava no Deus cristão. "Albert Einstein acreditava em Deus. Você se acha mais inteligente que ele?" Contudo, está fora de contexto. Einstein disse que "Deus não joga dados com o Universo"  ao recusar aspectos populares da teoria quântica, que criticava. Ademais, a religião de Einstein era o judaísmo, não o cristianismo. Os sentidos percebem o mapa,

não o território - que são coisas distintas...

 

O fato de ainda não ter percebido algo,
   NADA PROVA,
        exceto que AINDA não percebeu...
 

Perceba melhor:

www.padilla.adv.br/evoluir/perceber

Atenciosamente,
                    Prof. PADilla

http://lattes.cnpq.br/3168948157129653


 Considerando a imensidão do Universo
  e a vastidão do tempo
    é um privilégio
      compartilhar com você
         espaços virtuais como:
 
----- Original Message -----
Sent: Wednesday, June 30, 2010 3:26 AM
Subject: Re: [resistencia-democratica] AQUI ESTÁ A MINHA PROVA

Caro Márcio,
 
Após refletir sobre nosso debate de horas atrás, vi que não tinha visto a possibilidade de lhe apresentar minha prova do que afirmei sobre a mente do homem. Foi quando comentei sua frase: "A ciência não sabe localizar a mente no cérebro, porque ela não está lá. Abrir o cérebro para buscar a mente seria o mesmo que desmontar um violão para buscar encontrar dentro dele a melodia. A mente é o espírito, que se manifesta através do cérebro."
 
E eu lhe respondi assim: (...) A mente é esse conjunto da percepção da realidade através dos sentidos, combinado com a memória, ou lembrança das experiências passadas. Tanto assim que minha mãe, falecida aos 99 anos, a partir dos 90 e poucos não mais registrava na memória recente coisa alguma. Em cinco minutos não sabia o que ocorreu, ou o que lhe disseram. Mas contava histórias ou fatos do passado dela com precisão absoluta, registrados na sua memória remota, ou permanente. Falava de minha meninice com detalhes que nem eu me lembrava mais.
 
Pois aí está a prova de que a mente está no cérebro, e não "é o espírito, que se manifesta através do cérebro" (você reduz o cérebro a um orgãozinho auxiliar, quando ele é a suprema criação da Natureza). Se a mente estivesse no espírito, não sofreria o desgaste do envelhecimento do cérebro, como no caso de minha mãe, que perdeu a capacidade da memória recente -- pois como você crê, "a alma não depende do cérebro para existir e que ela continua a existir mesmo depois da morte física  dele (a vida eterna). Nossa alma é a individualização do espírito, cuja substância é divina.", e  se isso fosse verdade, minha mãe não teria perdido a memória recente. C. Q. D..
 
Abraço,
 
Álvaro P. de Cerqueira
 
 
 
 
----- Original Message -----
Sent: Tuesday, June 29, 2010 8:51 PM
Subject: RE: [resistencia-democratica] Estudo genético confirma origem geográfica dos judeus

Caro Álvaro,
 
Se eu dizer que não acredito, mentirei.
Se eu dizer que acredito em tudo, mentirei.
Acredito em tudo que for demonstrado cabalmente.
O problema é que , hoje, os cientistas, a apartir de meia dúzia de ossos, constroem uma teoria que remonta à origem da vida no planeta.
Tudo que já vi e li sobre a evolução da vida na Terra é ilação.
O assunto é longo para ser tratado aqui.
Digo apenas que a modernidade substituiu a fé na religião pela fé na ciência: crê-se piamente na ciência, mesmo quando ela faz afirmações totalmente descabidas.
Mas esse é um assunto londo demais...
Voltaremos a ele.
Abraços.
Chila
 

Reportagem da SUPERINTERESSANTE:

Deus existe?

Há 100 anos, a ciência tinha certeza de que descobriria sozinha os mistérios do universo. Hoje, ela busca na religião respostas para grandes questões.

Existe uma luz no fim do túnel? Eu sinceramente espero que sim. Afinal, faz várias semanas - meses talvez - que estou perdido nesse labirinto escuro.
Eu não sei o que fiz para merecer tamanho castigo. De todos os trabalhos que poderiam me dar nesta vida de jornalista, não deve ter abacaxi mais cascudo que esse: uma reportagem sobre Deus... e justo numa revista científica!
Mecânica quântica e matemática do caos a gente até entende - com a ajuda de um bom professor, claro. Deus é outra história. É o infinito imponderável: aquilo que não dá para se pensar nem imaginar. É o infinito inefável: aquilo que não dá para se falar. Ou pelo menos essa é a maneira mais segura de abordar - e encerrar - o assunto sem cair no ridículo nem ofender ninguém.
Mas são os próprios cientistas que não param de falar em Deus. Os últimos dez anos em especial viram nascer um novo filão literário dedicado a discutir o Divino - aquele mesmo, um Criador Onipotente e Onisciente! - à luz da física e da matemática, da química e da biologia.
O culpado, ao que tudo indica, é o físico inglês Stephen Hawking, ocupante da cadeira que foi de Isaac Newton na ultra-prestigiosa Universidade de Cambridge e um dos principais teóricos dos buracos negros. Hawking, todo mundo sabe, realizou um milagre digno do Grande Arquiteto Celestial ao vender mais de dez milhões de cópias de um tratado de cosmologia e astrofísica, denso o suficiente para fritar o cérebro do público leigo. Publicado em 1988, Uma Breve História do Tempo tornou-se o mais inesperado best seller da história e até filme virou - não sem antes deixar no ar, bem no parágrafo final, uma sedutora insinuação de casamento entre ciência e religião:
"Se chegarmos a uma teoria completa, com o tempo esta deveria ser compreensível para todos e não só para um pequeno grupo de cientistas. Então, todo mundo poderia tomar parte na discussão sobre por que nós e o Universo existimos... Nesse momento, conheceríamos a mente de Deus."
Aviso importante: Hawking nunca se declarou religioso e usa essa idéia mais
como uma frase de efeito, uma metáfora do conhecimento total do Universo. Mas não demorou para outro cientista inglês do alto escalão, o físico Paul Davies, extrair todo um livro - e mais um sucesso comercial de arromba! - levando ao pé da letra as palavras do colega. Acolhido com uma chuva de prêmios destinados à divulgação científica, A Mente de Deus (1992) passa em revista a história da ciência e da filosofia para afirmar, com convicção, que tudo no cosmo revela intenção e consciência. Como o próprio Davies resumiu em uma entrevista: "Acredito que as leis da natureza são engenhosas e criativas, facilitando o desenvolvimento da riqueza e da diversidade na natureza. A vida é apenas um aspecto disso. A consciência é outro. Um ateu pode aceitar essas leis como um fato bruto, mas para mim elas sugerem algo mais profundo e intencional."
Estava dada a deixa para uma verdadeira enxurrada de físicos-teólogos atacar o assunto em dezenas de publicações semelhantes, como Ian Barbour, Arthur Peacocke, Hugh Ross, Frank Tipler e Gerald Schroeder. Dessa turma, o mais ativo é o também inglês John Polkinghorne, colega de Hawking no departamento de Física de Cambridge, que - depois de 25 anos de carreira acadêmica brilhante - largou tudo para se ordenar pastor anglicano e escrever seus livros de "cristianismo quântico".
"Eu não abandonei a física porque estava desiludido com ela, muito pelo contrário: continuo acompanhando o assunto com o máximo interesse. Só não faço mais pesquisa científica. Mas boa parte dos meus livros consiste em ensinar física quântica aos leigos", disse ele à SUPER. "Acredito que precisamos de ambas as perspectivas, a científica e a religiosa, para compreender esse mundo admirável em que vivemos."
Alguma transformação radical deve ter ocorrido para que a crença em Deus, assunto que havia se tornado tabu em laboratórios e universidades, renascesse com tanta força. Cem anos atrás, a ciência se projetava como a própria imagem do progresso e da civilização: decifrar todos os mistérios da natureza era só uma questão de tempo. Era como se estivéssemos em um trem, atravessando planícies ensolaradas, com uma visão cada vez mais ampla de tudo que nos cercava. Nós mesmos havíamos nos tornado os senhores do universo. Ninguém necessitava mais de fantasias como "providência divina". Conceitos desse tipo - e entidades sobrenaturais em geral - passaram a ser considerado ou uma infantilização neurótica (Freud) ou um meio das classes dominantes subjugarem os pobres e oprimidos (Nietzche e Marx).
De repente, sumiram de vista as planícies, a luz do sol e os próprios trilhos do trem. Um terremoto, depois outro, haviam nos atirado dentro de um túnel escuro, onde as velhas certezas voltavam a se converter em mistérios. Esses dois cataclismas eram justamente a física quântica e a matemática do caos.
"Ambas teorias mostravam que existe uma imprevisibilidade inevitável espalhada por toda a natureza. Não acho que isso deva ser interpretado como uma infeliz ignorância de nossa parte e sim como sinal de que os processos físicos são muito mais abertos do que a mecânica de Newton sugeria. Quando falo 'abertos', estou querendo dizer que existem outros princípios causais em ação, acima e além das trocas de energia que a física descreve", afirma Polkinghorne.
O físico brasileiro Ricardo Galvão, da Universidade de São Paulo - que se diz "bastante religioso" - completa o quadro: "A partir das equações da mecânica de Newton e da teoria do eletromagnetismo de Maxwell, a ciência clássica dava a impressão de que, conhecendo essas leis matemáticas, conseguiríamos descrever todo o Universo. É o que se chama de conceito determinístico, segundo o qual se acreditava que, conhecendo as condições iniciais de um evento ou sistema, poderíamos prever toda sua evolução futura. Mas já no final do século passado, o matemático e físico francês Henri Poincaré (1854-1912) tocou no problema de que essas condições iniciais nunca são bem conhecidas. Ele mostrou que mesmo a mecânica de Newton não era determinística no sentido que se pensava. Aí, veio a mecânica quântica e introduziu o conceito de que é impossível se conhecer simultaneamente a posição e o movimento de uma partícula. Esse é o Princípio da Incerteza de Heisenberg, que realmente derrubou aquela atitude científica do tipo 'conhecemos tudo e podemos prever o futuro' ".

Foi justamente o Princípio da Incerteza que fez Einstein soltar, em protesto, sua frase mais famosa: "Deus não joga dados!". A imprevisibilidade quântica era demais para ele aceitar. Einstein, como se sabe, falava o tempo todo em Deus - até o dia em que o encostaram na parede e perguntaram se ele acreditava mesmo no Dito Cujo. "Acredito no Deus de Spinoza, que se revela na harmonia e na ordem da natureza, não em um Deus que se preocupa com os destinos e as ações dos seres humanos", respondeu o criador da teoria da relatividade, citando o filósofo holandês do século XVII para quem Deus e o Universo seriam a mesma "substância". Tal entidade, para Spinoza, só poderia ser acessível à mente humana em dois de seus infinitos atributos: o pensamento consciente e o mundo das coisas materiais.
A definição de Einstein decepcionou muita gente - John Polkinghorne, inclusive - por excluir o que costuma se chamar de "Deus pessoal". Assim, até um ateu convicto como Carl Sagan aceita a divindade. "A idéia de Deus como um gigante barbudo de pele branca, sentado no Céu, é ridícula. Mas se, com esse conceito, você se referir a um conjunto de leis físicas que rege o Universo, então claramente existe um Deus. Só que é emocionalmente frustrante: afinal, não faz muito sentido rezar para a lei da gravidade!", disse o famoso astrônomo americano.
Sagan foi um dos raros cientistas a se declarar ateu. A grande maioria prefere o termo "agnóstico", criado em 1869 pelo biólogo inglês Thomas Huxley - apelidado "buldogue de Darwin" pela sua incansável defesa da teoria da evolução em um dos maiores conflitos da história entre ciência e religião. Há uma grande diferença entre as duas posições: dizer-se ateu é recusar a existência de um Deus, enquanto o agnóstico ("sem conhecimento", em grego) admite que nada sabe sobre dimensões sobrenaturais no Universo - e que o mais provável é que seja impossível superar tal ignorância. É essa combinação exemplar de humildade e a diplomacia - nada a ver com o cão-de-guarda que usaram para batizar Huxley! - que define até hoje a postura de quase todos os cientistas não-religiosos.
Mesmo assim, o americano Allan Sandage - um dos astrônomos mais respeitados mundialmente, hoje com 74 anos - considerava-se ateu com todas as letras, até os 50 anos. Sua conversão ao cristianismo veio de repente, provocada pelo "simples desespero de não conseguir responder só com a razão perguntas como 'por que existe algo ao invés de nada?'."
"Foi o meu trabalho que me levou à conclusão de que o mundo é muito mais complicado do que pode ser explicado pela ciência. Só através do sobrenatural consigo entender o mistério da existência", afirma ele. "A ciência torna explícita a incrível ordem natural, as interconexões em vários níveis entre as leis da física e as reações químicas encontradas nos processos biológicos da vida. Por que será que os elétrons têm todos a mesma carga e a mesma massa? A ciência só pode responder questões bem específicas, do tipo 'o que?', 'quando?' e 'como?'. O seu método de investigação, por mais poderoso que seja, não pode responder ao 'por que?'."
Enxergar Deus na inteligência com que a natureza se organiza - manifesta através de leis matemáticas - não é só a porta de entrada da religião para contemporâneos como Sandage e John Polkinghorne, como uma tradição que vem desde a própria a raiz do conhecimento científico. Nem o ateísmo confesso de Bertrand Russell - lógico, matemático e filósofo reconhecido como um dos pensadores mais brilhantes do século XX - o impediu de valorizar essa linha peculiar de devoção: "A combinação de matemática e teologia, que começou com Pitágoras, caracterizou a a filosofia religiosa na Grécia Antiga, na Idade Média e chegou à modernidade com Kant. Tanto em Platão como em Santo Agostinho, São Tomás de Aquino, Descartes, Spinoza e Leibniz há essa ligação íntima entre religião e razão, entre aspiração moral e admiração lógica do que é atemporal."
Para quem compartilha desse espírito pitágorico, o melhor retrato de Deus já não está nas pinturas de Miguelângelo e sim nas fractais - aquelas imagens geradas por equações matemáticas que estão entre as mais incríveis descobertas relacionadas à teoria do caos. Essa nova geometria, até então oculta na natureza, apareceu - entre as décadas de 60 e 70 - tanto nos estudos de variações climáticas realizadas pelo metereologista Edward Lorenz, quanto nas estatísticas visualizadas em computador pelo matemático Benoit Mandelbrot. O que as fractais tanto mostram que, para alguns, adquire um caráter de revelação divina?
 
Que processos aparentemente irregulares como a ramificação de uma árvore, ou o recorte de uma costa marinha, seguem um desenho-padrão que, por sua vez, obedece uma fórmula matemática.
Mais ou menos na mesma época - começo dos anos 70 - um jovem físico chamado Fritjof Capra estava sentado na praia quando teve uma espécie de êxtase místico, provocado pela visão das ondas em sincronia com sua respiração. O resultado dessa sua experiência está em O Tao da Física, best seller que, apesar de desprezado pela comunidade científica, ajudou a lançar o movimento new age, explorando paralelos entre a física quântica e as principais religiões orientais: hinduísmo, budismo e taoísmo. Não faltam no livro citações dos próprios Werner Heisenberg e Niels Bohr - dois dos pais da mecânica quântica - sobre as afinidades entre suas descobertas e a visão de mundo contida nestas tradições religiosas.
O conceito chinês do tao, destacado no título do livro - algo como fluxo ou ritmo universal - não espelha apenas a "dança cósmica" que Capra vê na física quântica. Pode igualmente ser associado aos padrões da natureza revelados nas fractais. Mas sua inspiração inicial mostra uma das principais limitações da ciência nesse tipo de comparação: ela não pode depender de experiências pessoais e instranferíveis, como o transe de Capra à beira-mar. O físico Guimarães Ferreira, da Unicamp - outro cientista brasileiro religioso - acredita que esse é um bom motivo para não se misturar as duas coisas: "Deus é um Ser que gosta de ser pessoal", diz ele. "É muito mais fácil encontrá-lo em nossas experiências de vida do que no laboratório. O maior pensador do mundo ocidental, Santo Agostinho, já dizia que é mais fácil achar Deus dentro de si do que no mundo exterior."
No outro extremo está o físico Frank Tipler, crente de que a ciência pode - e deve - ser utilizada para provar a existência de Deus, como princípio criador, organizador, onisciente, onipotente etc, como rezam as escrituras. Tipler escreveu todo um livro, The Physics of Immortality (1994), apresentando a versão mais radical de uma visão compartilhada com mais cautela por John Polkinghorne, Paul Davies e os cientistas que apóiam o chamado princípio antrópico - a mais surpreendente teoria dos últimos tempos. Para eles, o modo como o caos espontaneamente gera ordem e todo o cosmo parece conspirar a favor da existência de vida revela atributos divinos como consciência e intenção. A vida, assim, deve ser vista como nada menos que um milagre; e a vida consciente, um milagre maior ainda. O princípio antrópico postula que o Universo foi criado da maneira que nós o percebemos justamente para ser observado por criaturas inteligentes (nós mesmos!) e que é nossa conciência que seleciona uma realidade entre todas as probabilidades quânticas. Não custa lembrar que Brandon Carter, que apresentou pela primeira vez o princípio antrópico em 1973, não é nenhum guru aloprado e sim um cientista respeitadíssimo entre seus pares por suas pesquisas na linha-de-frente da nova física.
Tem mais: a teoria mais aceita para explicar a origem do Universo - a explosão de uma bola de energia - também vale para esses estudiosos como sinal de uma criação intencional e inteligente. Como diz o próprio astrônomo que batizou essa teoria de Big Bang, o inglês Fred Hoyle: "Uma explosão num depósito de ferro velho não faz com que pedaços de metal se juntem numa máquina útil e funcional!"
E o que teria existido, então, antes do Big Bang? Os físicos são unânimes em dizer que é impossível saber. Enquanto houver mistérios intransponíveis para a mente humana, idéias de divindade não só sobrevivem, como proliferam - e até são atualizadas cientificamente. Quando Stephen Hawking fala de uma "teoria completa" que nos permitiria conhecer a "mente de Deus", está se referindo à busca principal da física no século XX: um modelo que unifique a teoria da relatividade, que explica o movimento dos corpos celestes, e a mecânica quântica, que descreve o outro extremo: energia e matéria no nível subatômico. Aqui reside um dos mais chocantes enigmas quânticos: ondas de energia podem se comportar como partículas de matéria e vice-versa.
A própria mente humana - acreditam psiquiatras, neurologistas e companhia - guarda talvez mais mistérios que o Universo lá fora. Como afirma o físico brasileiro Newton Bernardes, da Unicamp, sem nenhuma crença religiosa: "A ciência depende da linguagem. A religião, não. Ela está no campo do indizível e aí temos que abandonar a razão: só resta a fé. Mas pode existir, sim, conhecimento sem linguagem. Essa é uma limitação da ciência."

Enquanto isso, no Instituto de Física Aplicada da USP, Ricardo Galvão pondera a localização exata de um conhecimento sem linguagem: a criatividade, presente tanto nas artes como na ciência mais exata. "A própria teoria da relatividade, é difícil imaginar como o Einstein chegou a ela - não foi por dedução. Idéias científicas precisam ser formuladas matematicamente, mas na hora surgem muitas vezes de um estalo." E de onde, então, vêm essas magias chamadas intuição e inspiração? Existem hipóteses, é claro, como o inconsciente de Freud. Mas, por enquanto, só Deus sabe!
 
ja.lemos@abril.com.br
 
 
 
Frases
 
Há uma intenção na criação do Universo? Muitos cientistas acham que sim
A mente humana talvez contenha mais mistérios que o próprio Universo
 
Para saber mais
 
Na livraria: Deus e a Ciência (Dieu et la Science) Jean Guitton, Nova Fronteira, 1991
 
Deus e a Ciência (Dieu Face à la Science)
Claude Allègre, Edusc, 1997
 
A Mente de Deus (The Mind of God: The Scientific Basis for a Rational World)
Paul Davies, Ediouro, 1992
 
O Tao da Física (The Tao of Physics)
Fritjof Capra, Cultrix, 1975
 
Espaço-Tempo e Além (Space-Time and Beyond)
Bob Toben e Fred Alan Wolf, Cultrix, 1982
 
Belief in God in an Age of Science
John Polkinghorne, Yale University Press, 1998
 
When Science Meets Religion
Ian G. Barbour, Harper San Francisco, 2000
 
How We Believe - The Search for God in na Age of Science
Michael Shermer, W. H. Freeman & Co., 2000
 
Na Internet: http://sites.netscape.net/shaunhenson/theoscience
http://www.ctns.org/
http://doesgodexist.org/
http://www.leaderu.com/
 
 
 
Todas civilizações, enquanto bem sucedidas, mantiveram um sistema desportivo que lhes propiciava equíbílrio e extravazava a tensão da competitividade contida.
No espaço de Direito Desportivo estamos procurando construir essa percepção.
http://www.youtube.com/my_playlists?p=54CADE1688BDA91B
 
Há mais de 2 décadas, em coleção que pretendia difundir as regras e funcionamento dos esportes menos conhecidos e que propiciavam benefícios, no volume dividido entre Tênis e Karate, Y. Sasaki divulgou estudos realizados na USP comprovando que os atletas possuiam capacidade de processamento cognitiva mais elevada.
 
E sobre os benefícios sociais do Esporte, aqui no RS, desenvolve-se um interessante projeto social:
"Além do Esporte"
 
 

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