Dilúvio STF Presidente TSE ativista político

🫵"Presidente do TSE é ativista político!https://youtu.be/8sS0D465g2Q
👺 Repórter contrariar a realidade é jornaLIXO: (a) em 2014, houve um apagão no sistema e, quando voltou, a tendência havia se invertido; o PSDB contratou auditoria e, após meses, concluiu ser impossível auditar a votação; (b) é invontroverso ter havido invasão do sistema do TSE por hackers; (c) até colegiais sabem haver dúvida de grande parte da população sobre a insegurança do sistema eleitoral. ♻️ O apego da big mídia e da big juristocracia à negação da realidade, à censura manifesta e à perseguição ditatorial e prisões ilegais de inocentes enquanto os criminosos notórios e condenasos são soltos pode levar a um novo dilúvio? 🇫🇷 Na revolução francesa, o absolutismo negacionista da realidade foi sucedido por um dilúvio de sangue: rolaram tantas cabeças que o rio Sena ficou vermelho. 🇧🇷
No cenário atual, até um dilúvio de merda (dos sinistros cagando-se de medo ao serem presos) já não seria bem recebido pela população decente, cansada da injustiça suprema?









Après moi, le déluge

Fernando Malheiros Filho

 

Nada acontece sem que os motivos se imponham. No campo da filosofia, até hoje, é fontede acesa discussão a causa primordial; aquela que não tem antecedentes. Para quem acredita em Deus, Ele seria a causa. Na cosmologia a teoria é do “Big Bang”.

 

Em França, o século XVIII foi sacudido pelos acontecimentos que culminaram em sangue e violência, mas seus antecedentes muito dizem do porvir.

 

Na passagem do século XVII para o XVIII, em França, reinava o “le Roi-Soleil (o Rei Sol)Luís XIV, o que mandou construir Le château de Versailles, e lá passou a residir com toda a Corte.

 

Luís XIV herdou o reino da França e de Navarra, herança recebida de seu pai (Luís XIII), e este se seu genitor, Henrique IV, originalmente rei de Navarra, aquele que, protestante, renunciou ao credo para ser o monarca dos franceses, quando, segundo alguns, teria afirmado que Paris vaut bien une messe (Paris bem vale uma missa).

 

Sobre Henrique IV (o primeiro Bourbon), sua ascensão ao trono francês tem origem no casamento com Margot (Marguerite de Valois), filha de Catarina de Médici, a primeira irmã dos três monarcas de França que o antecederam. Justamente na noite das núpcias da filha, Catarina convenceu seu filho, o então rei Carlos IX, a exterminar as lideranças protestantes reunidas em Paris, tentando pôr fim às tensões religiosas que sacudiam, fazia décadas, o reino.

 

A mortandade saiu do controle, e ficou conhecida como a noite de São Bartolomeu (1572), cujo morticínio até hoje não encontra consenso em sua extensão, variando entre 2.000 até o estupefaciente número de 70.000 mortos.

 

Luís XIV, neto de Henrique IV e filho de Luís XIII, deu forma ao absolutismo francês. Envolveu-se em guerras, ampliou a importância geopolítica do país na Europa, mas também se isolou, e à Corte, no Palácio de Versailles. Vivia nesse mundo paralelo.

 

Longevo, Luís XIV sucedeu a seu pai precocemente falecido aos 41 anos, ainda com a idade de cinco anos, portando o cetro monárquico por 72 anos, tempo suficiente para ver perecer duas gerações de seus descendentes.

 

Luís XV, por isso, era bisneto de Luís XIV, herdando essa espécie de autismo do déspota.

 

Luís XV ficou conhecido pelo luxo de suas mobílias e vestes, o pendor para as amantes, à época verdadeira instituição da monarquia. Madame de Pompadour celebrizou-se como sua preferida, depois da morte dela substituída por Madame du Barry.

 

Não se sabe ao certo a quem pertence a autoria da frase que intitula estas linhas, se ao próprio rei Luís XV, ou à sua preferida, a Madame de Pompadour. Traduzida, quer dizer: “depois de mim que venha o dilúvio”.

 

Nenhuma expressão poderia melhor desenhar o sentimento da época. O apogeu do absolutismo francês também representou o ápice da alienação ao muito externo e às aflições que o povo pobre enfrentava. Principalmente, os maus resultados econômicos que punham a perder a riqueza da ascendente burguesia que tinha seus interesses afetados.

 

E não era para menos. Até hoje, os visitantes do Palácio de Versailles podem testemunhar a opulência de suas dependências, o luxo, o esplendor, e imaginar o contraste com as condições dos humildes naquela mesma época.

 

Esse niilismo do rei, de sua preferida e da Corte, cobraria seu alto preço, mas não seriam eles a pagá-lo.

 

Luís XV também, para os padrões de seu tempo, desfrutou de vida longeva. Faleceu, provavelmente sifilítico – herança de sua conhecida promiscuidade –, aos 64 anos, vivendo o suficiente para dar exéquias a seu filho, Luís Fenando, Delfim da França (herdeiro do trono), morto aos trinta e seis anos, em 1765. Foi sucedido por seu neto, o desditoso Luís XVI.

 

Luís XVI sempre demonstrou inapetência para o poder. Enfadado, refugiava-se em seus projetos mecânicos, coleção de selos e outras distrações. A opulência ficava por conta de sua esposa austríaca, Maria Antonieta, não por outra razão conhecida como madame déficitreferência àssuas extravagâncias cada vez mais onerosas e que deveriam ser suportadas pelas combalidas finanças reais.

 

É provável que essa degenerescência dos monarcas franceses ao longo do século XVIII, desde a luminosidade do Rei Sol até o fastio de Luís XVI, represente causa mais salientedo que viria a ser o principal evento político daquela época: a Revolução Francesa (1789).

 

O fato é que Luís XVI, absorto em sua tediosa existência, não reagiu a tempo e à altura dos acontecimentos. Foi engolido pelo inclemente vórtice dos fatos. Antes mesmo da morte na guilhotina – destino também de sua esposa, a rainha –, experimentou os horrores da ação dos revolucionários, viu a família se decompor e a saúde claudicar no cárcere sob o peso da angústia daqueles que tem a morte iminente por certa.

 

Redimiu-se sob a mão do verdugo, pouco antes da pesada lâmina do artefato abjeto separar-lhe a cabeça do corpo. Tardiamente entendeu o ciclo histórico de que era protagonista, enfrentando a morte com altivez. Pode assistir o dilúvio.



Os suicidas por Fernando Malheiros

O suicidio é uma das mazelas desta terceira década do Século XXI pois ceifa uma vida e afeta todos entes queridos. Essa doença é intimamente ligada à depressão, uma enfermidade que, em 99% dos casos, está associada aos baixos índices do hormônio esferoidal chamado de vitamina D3, estes decorrentes das narrativas demonizando o sol, criadas nos anos oitenta, repetidas em jogral por todo jornaLIXO e (de)formadores de opinião, em continuidade à mentira do "aquecimento global".

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Os suicidas

 

Fernando Malheiros filho

 

Essa atitude, por vezes desesperada, ou motivada por extremo pragmatismo, desafia a compreensão dos atos humanos. Há os que deixam a vida por razões heroicas, outros para abreviar o sofrimento certo, alguns antecipando-se à execução, muitos, em sua maioria, mercê do desespero, vários simplesmente pelo mal-estar de viver, imersos em profunda e irremediável depressão.

 

A história revela o suicídio anônimo, daqueles cujos infortúnios transcendem a capacidade de suportá-los. Há os que, frente ao inumano cativeiro, decidem evadir-se deste mundo, como passou com centenas daqueles que, vindo escravizados da África, no hediondo transporte, faziam-se ao oceano para se afogar ou, se não antes, serem trucidados por caridosos tubarões. Também os que, mantidos em maus-tratos, enlouqueceram e, em gesto de última razão, deram fim ao sofrimento, como passava nos campos de concentração, sobretudo os nazistas, nos demais e de outras extrações que teimamos esquecer.

 

Os suicídios comumente não permitem a apuração exata de suas razões e circunstâncias. Até hoje discute-se os motivos e os fatos acontecidos em Massada, Israel, no ano 74 d.C., quando da Primeira guerra romano-judaica. O relato é creditado a Flávio Josefo, por sua vez o judeu Yosef ben Mattityahu, aprisionado pelos romanos, passando a responder pelo nome latino Flavius Josephus, o historiador daqueles tempos cujos escritos chegaram até nós.

 

Não há certeza quando aosacontecimentos. Passou à história que o grupo de irredentos subiu à fortaleza de Massada, no altiplano situado a sudoeste do Mar Morto, cimo no qual paranoicoHerodes mandou construir e fortificar seu recanto. Lá pretendiam resistir ao cerco romano, munidos de víveres suficientes para o tempo de resistência. A situação agravou-se e o líder dos insurretos, Eleazar ben Ya'ir, teria instado a todos que melhor seria morrer como livres do que sobreviver no cativeiro romano.

 

Havendo norma judaica que não admite o suicídio, convencionou-se que, por sorteio, a um deles caberia subtrair a vida dos demais, somente a esse sobrando o suicídio e o escárnio divino. E assim se fez.

 

Na literatura, até pela enorme dramaticidade do gesto de pôr fim à própria vida, não foram poucos os autores a dele se servir ao propósito de descrever a desgraças que acompanham a jornada de viver. O grande William Shakespeare o faz em seu Romeo and Juliet, compondo o cenário em que o apaixonado e desavisado Romeu, pensando ver morta sua Julieta, entrega-se ao desespero, e sorve o veneno fatal, destino semelhante reservado a ela, quando desperta, suicidando-se com o punhal dele.

 

Goethe, no seu epistolar “Sofrimentos do jovem Werther”, descreve o amante estilhaçado pela paixão pela mulher (Carlota) que pertence a outro homem, até o limite de lhe faltar o oxigênio vital à existência, não sobrando alternativa senão o desespero, e a morte. 

 

Não foram poucos, como os heróis de Massada que, ao longo da história, viram-se na falta de alternativa, mesmo aqueles que até mereciam morrer pelo que fizeram aos demais. Assim parte enorme da hierarquia nazista nos derradeiros momentos quando a 2ª Guerra entrava em seu epílogo. Bormann, Himmler, Rommel, Goebbels, Göering (já na prisão), até mesmo Hitler e sua esposa Eva Braun.

 

Absolva-se Rommel, que cometeu o suicídio com cianeto, quando Hitler constatou que estivera envolvido no atentado contra ele perpetrado, de 20 de junho de 1944, capitaneado pelo Coronel Claus von Stauffenberg, na Toco do Lobo (Wolfsschanze), Quartel General Secreto do Führer na Prússia Oriental.

 

O suicídio de Hitler junto a sua esposa, Eva, até hoje desperta dúvidas. Tentadora versão, pela qual já foram publicadas dezenas de livros, sustentam que Hitler sobreviveu ao fim da guerra, vindo homiziar-se na Argentina, tendo falecido nos anos 1970, no Paraguai. Contando com a contrariedade da maior parte dos historiadores, e com o depoimento daqueles que presenciaram o ato derradeiro do chefe nazista, alguns eventos dão no que pensar. Os Soviéticos tomaram anos até admitir a morte do genocida, e chegaram a questionar a Espanha sobre o paradeiro de Hitler que, nos termos da versão daqueles que defendem sua sobrevivência, fugiu da Europa por Barcelona. Ademais, outras tantas testemunhas sul-americanas confirmam a presença do líder nazista por aqui, na Argentina, na Colômbia e no Paraguai. Os defensores da tese apresentam documentação da CIA, do FBI e do Serviço Secreto Inglês, o célebre MI6, que admite a hipótese. Teriam morrido, no lugar de Hitler e Eva Braun sósias ou duplos, cujo corpo inteiramente carbonizado jamais permitiu a identificação.

 

É que o suicídio sempre representa muito mais do que um gesto, um momento, enraizando-se na história do suicida e suas circunstâncias. Já foi elevado ao alto padrão de honra, como se dava com o Samurais, que se serviam, para limpar sua honorabilidade, do Seppuku (harakiri), com a dolorosa morte pela evisceração. O ritual sangrento passava pelo corte no baixo abdómen até que as vísceras ficassem à mostra. O suicida deveria ser acompanhando de seu kaishakunin, a quem cabia, após o esventramento, a decapitação do imolado.

 

A prática do Seppuku iniciou-se em meados do Século XII, no Japão, perdurando até a Restauração Meiji, de 1868, quando acabou proibido. Mas, ainda no século XX, o ato encontrou surpreendentes adeptos. O peculiar escritor japonês Yukio Mishima, após tentar o desastrado golpe de estado de 25 de novembro de 1970, desventrou-se praticando o Seppuku. Não faltou sequer o assistente, na pessoa de Hiroyasu Koga: expôs as vísceras e perdeu a cabeça.

 

Ao final da Guerra no Pacífico, muito militares japoneses o fizeram não aceitando a rendição. Ainda em 2001, o ex-judoka, Isao Inokuma, pôs fim à própria vida, aos 63 anos, mediante a morte ritual, provavelmente tentando conjurar o fracasso nos negócios.

 

Há também o suicídio de conteúdo político. Entre nós Getúlio Vargas, no início da manhã do dia 24 de agosto de 1954, disparou contra seu próprio peito, quando constatou que seria deposto e, quiçá, humilhado com a prisão. Getúlio era potencial suicida. Cogitou da alternativa em seus diários quando da Revolução de 1930, e seus descendentes (filho e neto) o acompanharam no gesto. Mas o ato ganhou dimensões épicas, influindo na história posterior do país, absolvendo a figura do Presidente, cujo prestígio tinha desaparecido naqueles turbulentos dias de agosto de 1954.

 

Igual destino foi reservado ao Presidente do Chile, o socialista Salvador Allende, a 11 de setembro de 1973, que se viu militarmente cercado no La Moneda, decidindo, como Getúlio, somente deixar o palácio no esquife. Allende serviu-se do fuzil que lhe presenteara Fidel Castro, atirando contra a própria cabeça, desfecho recentemente confirmado pelos exames médico-legais no esqueleto, em 2011. O mês de setembro, já aziago à época do suicídio de Allende, pois no ano anterior, no mesmo mês, deu-se o atentado contra a equipe olímpica israelense, em Munique,patrocinado pelo grupo setembro negro(referência ao período posterior a guerra dos seis dias), tornou-se ainda mais funesto a 11 de setembro de 2001.

 

Os suicídios seguem ocorrendo, em sua maior parte de forma anônima, e não se afasta da hipótese de que figuras célebres dele se sirvam para se opor aos sofrimentos. Atores e atrizes incensados com o sucesso, acabam soterrados pela dor, como Marilyn Monroe, Robin WilliansPhilip Seymour Hoffman, e, entre nós, Flávio MigliaccioWalmor Chagas e o escritor Pedro NavaNo Japão, talvez o país com mais alta incidência do fenômeno, cogita-se de 25 casos por cem mil habitantes, mas a prática não é incomum em outros quadrantes do planeta, mesmo em países com alto padrão de vida, como os nórdicos, mal servidos da luz solar.

 

Esse mal-estar segue entre nós, sorrateiro, na busca do próximo personagem, aguardando as condições ambientais propícias à sua manifestação, o que talvez sobrevenha com mais intensidade nesses tempos de superficialidade hedonística, nos quais, firmes nas improváveis certezas que não são nossas, somos surpreendidos com o pântano que jaz sob os nossos pés.